O Supremo Tribunal anula a condenação do líder de direita por assumir ilegalmente a presidência após a destituição de Evo Morales em 2019.
Publicado em 5 de novembro de 2025
A Suprema Corte da Bolívia anulou a sentença de 10 anos de prisão da ex-presidente interina Jeanine Anez, que foi condenado por uma suposta conspiração para destituir o seu antecessor de esquerda, Evo Morales.
O juiz da Suprema Corte, Romer Saucedo, disse a repórteres na quarta-feira que a sentença contra Anez, que está presa há mais de quatro anos, foi anulada com base em “violações” do devido processo durante seu julgamento.
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“Ela teve uma sentença final de 10 anos e, conseqüentemente, sua libertação foi ordenada hoje”, disse Saucedo.
Anez, um ex-senador conservador, declarou-se Líder interino da Bolívia em 2019, depois de Morales ter fugido do país após manifestações em massa sobre alegada fraude eleitoral durante a sua controversa candidatura a um quarto mandato.
Morales, o primeiro presidente indígena do país sul-americano, afirmou ter sido vítima de um golpe depois que os militares pediram sua renúncia após semanas de agitação.
A administração de Anez supervisionou a repressão aos protestos que resultaram em pelo menos 35 pessoas mortas e 833 feridas, de acordo com o grupo de direitos humanos Amnistia Internacional.
Anez era preso em 2021 depois que o partido de esquerda Movimento pelo Socialismo (MAS) de Morales voltou ao poder um ano antes e foi condenado em 2022 por assumir ilegalmente a presidência.
Saucedo, o juiz da Suprema Corte, disse na quarta-feira que Anez deveria ter sido julgado por um tribunal especial encarregado de julgar crimes cometidos por legisladores no exercício de suas funções e não pelo sistema de justiça criminal.
Anez não comentou imediatamente a decisão do tribunal.
Numa publicação nas redes sociais na terça-feira, ela defendeu o seu histórico, dizendo que “nunca se arrependeria de ter servido o meu país quando ele precisou de mim”.
“Fiz isso com a consciência tranquila e o coração firme, sabendo que decisões difíceis têm um preço”, escreveu ela.
A decisão da Suprema Corte veio poucas semanas depois que os eleitores bolivianos elected Rodrigo Paz do Partido Democrata Cristão (PDC), de centro-direita, como seu novo presidente, pondo fim a quase 20 anos de governação do MAS.

















