A situação humanitária na Faixa de Gaza deteriorou-se acentuadamente no final da semana passada durante a tempestade Byron, que trouxe fortes chuvas e ventos fortes.

Um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais mostrou equipes da Defesa Civil Palestina vasculhando os escombros de edifícios caídos, tentando resgatar pessoas presas embaixo deles.

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Mas por que essas casas caíram? E qual foi o impacto sobre as pessoas em Gaza? Aqui está o que sabemos:

O que está acontecendo em Gaza?

Muitas casas danificadas em Gaza desabaram durante a recente tempestade, prendendo pessoas nos escombros.

Por vezes, partes de edifícios e paredes caíram sobre tendas próximas onde viviam palestinianos deslocados, agravando os riscos para os civis que já enfrentavam condições precárias.

Milhares de famílias de Gaza estão abrigadas em edifícios estruturalmente comprometidos, tendo perdido as suas casas durante a guerra, sem alternativas seguras disponíveis.

As fortes chuvas da tempestade Byron transformaram estas estruturas enfraquecidas em ameaças diretas, à medida que as enchentes inundaram dezenas de milhares de tendas.

Por que essas casas estão caindo?

Não foi apenas a chuva que causou os colapsos, mas sim porque dois anos de intensos bombardeamentos durante a guerra genocida de Israel em Gaza tornaram estas estruturas instáveis.

Além disso, Israel impôs um cerco a Gaza que impede a entrada de quaisquer materiais de construção que as pessoas possam utilizar para consertar as suas casas.

Milhares de edifícios residenciais foram danificados por ataques diretos, bombardeamentos próximos e incursões terrestres, deixando fissuras em colunas e fundações, separação de paredes estruturais e colapsos parciais de telhados.

As pessoas que não têm para onde ir não têm outra escolha senão abrigar-se onde puderem, inclusive em casas que estão apenas parcialmente de pé.

A forte chuva agrava os danos. A água infiltra-se nas fissuras, enfraquecendo fundações e colunas, enquanto o solo saturado sofre erosão por baixo dos edifícios, aumentando o risco de colapsos repentinos.

A sobrelotação no interior das casas danificadas coloca ainda mais pressão sobre as estruturas enfraquecidas, uma vez que muitas famílias são muitas vezes forçadas a viver juntas numa única casa ou andar.

Em muitos casos, os residentes deslocados armam tendas perto ou mesmo em cima das ruínas dos edifícios danificados, expondo-se à queda de paredes e blocos de betão durante as tempestades.

Muitas vezes, as pessoas deslocadas não podem partir, mesmo quando conhecem os riscos. Muitas vezes, não têm outra opção ou consideram as casas danificadas um abrigo melhor do que as tendas deterioradas.

No final de Setembro, o Gabinete de Comunicação Social do Governo de Gaza estimou que 93 por cento das tendas (cerca de 125 mil num total de 135 mil) já não eram adequadas para habitação.

Quantas pessoas foram feridas ou mortas por essas casas que desabaram?

A recente tempestade matou 11 palestinos em menos de 24 horas e causou danos estruturais generalizados.

De acordo com o Gabinete de Comunicação Social do Governo, 13 casas desabaram e 27 mil tendas foram inundadas ou destruídas.

Fontes da Defesa Civil e do Ministério da Saúde disseram que as 11 vítimas foram encontradas mortas sob os escombros em casas desabadas ou em tendas próximas. Outros seis ficaram feridos.

As mortes incluíram crianças, mulheres e idosos, e as autoridades confirmaram que uma menina morreu de frio extremo. Foram relatados incidentes na Cidade de Gaza, no norte de Gaza e nas áreas central e sul da Faixa de Gaza.

Os colapsos ocorreram no bairro de Nassr, na cidade de Gaza, no campo de refugiados de Shati e no bairro de Tal al-Hawa.

Um homem foi morto quando um muro desabou no campo de Shati.

Durante a tempestade, a Defesa Civil recebeu mais de 2.500 pedidos de socorro de pessoas deslocadas.

As autoridades alertaram que o número de mortos provavelmente aumentará à medida que novos sistemas de baixa pressão e as chuvas continuarem a causar o colapso das casas.

Houve alguma ajuda para essas pessoas impactadas?

Devido às condições impostas por Israel, a resposta de emergência foi limitada.

As equipes da Defesa Civil lutaram para evacuar as pessoas presas sob os escombros porque enfrentam falta de maquinaria pesada, equipamento de resgate e combustível, bem como estradas inundadas.

A Defesa Civil pediu aos moradores que saíssem das casas danificadas durante as tempestades.

As autoridades sublinharam que a continuação do bloqueio de Israel aumenta a probabilidade de incidentes semelhantes durante futuras tempestades.

As autoridades não conseguiram fornecer abrigos alternativos ou tendas habitáveis ​​para famílias desabrigadas.

Em algumas áreas, a ajuda tem-se limitado a pequenas distribuições de cobertores e artigos de primeira necessidade que são insuficientes para satisfazer as necessidades dos palestinianos que enfrentam a queda das temperaturas e danos generalizados nas infra-estruturas.

Os municípios não têm conseguido realizar trabalhos preventivos de drenagem ou reparação devido à infra-estrutura destruída e à falta de recursos, pelo queO povo de Gaza continua vulnerável a futuras tempestades.

Há alguma coisa que as pessoas em Gaza possam fazer para se manterem seguras?

Infelizmente, as opções são extremamente limitadas ou inexistentes.

Milhares de pessoas não conseguem se mudar devido à ausência de moradias ou abrigos seguros.

Existem também restrições à circulação impostas pela “linha amarela” que demarca a porção de Gaza sob controlo do exército israelita. As pessoas em áreas de risco não podem deslocar-se para locais mais seguros.

Além disso, as pessoas carecem de ferramentas para reforço estrutural, impermeabilização ou aquecimento.

As pessoas podem tomar apenas medidas mínimas, como transferir as crianças para áreas mais estáveis, usar cobertores ou levantar os seus pertences do chão, mas estas não evitam colapsos ou inundações.

UNRWA, a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, disse o sofrimento poderia ser reduzido se a ajuda humanitária pudesse entrar em Gaza sem obstáculos.

Afirmou que as ruas inundadas e as tendas encharcadas estão a piorar as já terríveis condições de vida e a aumentar os riscos para a saúde.

Apesar do cessar-fogo iniciado em 10 de Outubro, as condições para os palestinianos em Gaza não melhoraram devido à obstrução da ajuda por parte de Israel, o que viola a trégua.

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