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A Batalha dos Sexos de Billie Jean King em 1973 foi uma luta pela igualdade. Aryna Sabalenka x Nick Kyrgios é apenas uma façanha movida a dinheiro.

Kyrgios e Sabalenka parecem imperturbáveis ​​e indiferentes à perspectiva de manchar um dos eventos históricos do tênis, tudo por uma questão de dinheiro (X)

Kyrgios e Sabalenka parecem imperturbáveis ​​e indiferentes à perspectiva de manchar um dos eventos históricos do tênis, tudo por uma questão de dinheiro (X)

Tudo começou com um porco sendo entregue a um jogador – e terminou com um terremoto cultural.

Em 20 de setembro de 1973, Billie Jean King entrou no Houston Astrodome sabendo que o que estava em jogo ia muito além do tênis. Noventa milhões de pessoas assistiram enquanto ela desmantelava Bobby Riggs – um autoproclamado chauvinista – numa partida que atingiu o cerne do desporto, do género e do poder.

O prêmio em dinheiro importava. O espetáculo importava. Mas o significado era o que mais importava.

Aquela Batalha dos Sexos foi real. Foi político. Foi necessário.

A versão deste fim de semana – Aryna Sabalenka x Nick Kyrgios – não é nada disso.

Chamar esta exposição de “Batalha dos Sexos” não é uma homenagem. É roubo de marca. E pior ainda, todos os envolvidos sabem disso.

Em 1973, o tênis feminino lutava por legitimidade, igualdade salarial e respeito básico. King entendeu que perder não era uma opção – nem para ela, nem para a turnê que ela ajudou a construir, nem para um movimento mais amplo que exigia igualdade.

“Este não é a mesma coisa”, disse King categoricamente.

Ela está certa. Não se trata de mudança social. É sobre cliques.

Os organizadores tentaram disfarçar o descompasso com truques: apenas um saque, uma quadra reduzida em nove por cento para o lado de Sabalenka. Ajustes cosméticos. Nada mais.

Kyrgios promete uma vitória fácil. Sabalenka diz que está pronta para “arrasar” e defendeu o evento, alegando que “trará mais atenção ao tênis feminino”. Ambos vendem isso como entretenimento inofensivo. Mas o mundo do tênis em geral não acreditou.

A seis vezes campeã de duplas do Grand Slam, Rennae Stubbs, chamou isso do que parece: uma conquista de dinheiro.

“A única razão pela qual eles estão fazendo isso é que sua empresa de gestão disse: ‘vamos ganhar um pouco de dinheiro aqui’”, disse Stubbs em seu podcast. “O que isso traz para o tênis feminino?”

Depois, há o nome no pôster.

Kyrgios não é apenas um provocador ou um artista que se autodenomina. Em 2023, ele se confessou culpado de agressão comum a uma ex-parceira – um fato que se enquadra desconfortavelmente na embalagem deste evento como um teatro de gênero lúdico.

Quando o esporte feminino ainda luta por respeito, elevar uma figura com essa história sob esta bandeira parece, na melhor das hipóteses, surdo e, na pior, cínico.

E esse cinismo é o ponto.

Mesmo assim, a dupla permanece impassível.

“Todos os comentários negativos sobre a batalha dos sexos não fazem nada além de dar-lhe mais atenção”, escreveu Kyrgios nas redes sociais. “Aryna será considerada uma das melhores jogadoras deste jogo. Terei entretido multidões ao redor do mundo.”

Sabalenka foi igualmente desdenhoso: “Sente-se e aproveite o show. Ninguém se importa com o que você tem a dizer.”

Nada está em jogo aqui, exceto atenção, avaliações e dinheiro.

King interpretou Riggs porque ela precisava. Sabalenka está jogando com Kyrgios porque alguém percebeu que iria vender.

Um deles era uma posição. A outra é uma façanha – que corre o risco de banalizar um momento marcante na história do tênis feminino.

Notícias esportes tênis A ‘batalha dos sexos’ com Kyrgios e Sabalenka está perdendo a batalha | OPINIÃO
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