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De Calcutá a Delhi, a Índia buscou um vislumbre de grandeza. Durante 35 minutos no Kotla, os deuses fizeram uma pausa, os cânticos aumentaram e Messi transformou uma noite fugaz numa memória para sempre.

Lionel Messi, junto com Luis Suarez e Rodrigo de Paul, durante a etapa final de seu 'GOAT India Tour 2025', no Arun Jaitley Stadium em Nova Delhi (PTI)

Lionel Messi, junto com Luis Suarez e Rodrigo de Paul, durante a etapa final de seu ‘GOAT India Tour 2025’, no Arun Jaitley Stadium em Nova Delhi (PTI)

Não é sempre que a piedade é deixada de lado na Índia. Mas quando se espalhou a notícia do deus do futebol, Lionel Messi, aterrando em Nova Deli, até os deuses pareceram momentaneamente esquecidos.

Quase três anos depois de ter completado o futebol – conquistando a outrora evasiva Copa do Mundo da FIFA com sua amada Argentina – a lenda finalmente chegou à capital da Índia. Esta não foi apenas mais uma parada numa turnê global; foi o culminar de uma peregrinação que já tinha atravessado Calcutá, Mumbai e Hyderabad, deixando para trás ecos de cânticos, lágrimas e descrença.

Quando o GOAT Messi Tour chegou a Delhi, o país já estava fascinado. Calcutá, o coração espiritual do futebol indiano, havia dado o tom semanas antes. Lá, a mera presença de Messi parecia um destino cumprido: faixas penduradas nas ruas, murais surgindo da noite para o dia e gerações de torcedores que cresceram sussurrando seu nome finalmente vendo carne e osso. No entanto, uma viagem polêmica e infeliz aconteceu – quando a cidade, seus torcedores e seu querido e sagrado lar do futebol, o Salt Lake Stadium, foram deixados em ruínas. Mas a próxima parada compensou.

E então veio Delhi.

Não é nenhum segredo que La Pulga é reverenciada em todos os lugares. Veja Delhi, por exemplo – ou talvez, pensando bem, não faça isso. Embora Messi estivesse programado para chegar apenas à tarde, e apesar de um voo atrasado que prolongou ainda mais a espera, nada incomodou seus devotos. Milhares de pessoas afluíram aos portões do Estádio Arun Jaitley horas antes, permanecendo ombro a ombro em quase silêncio, pacientes e sem reclamar, esperando – rezando – por pelo menos um vislumbre fugaz do astuto argentino que os trouxe aqui no que parecia ser uma peregrinação sagrada. Os espectadores locais, alheios à escala do momento, olhavam confusos, perguntando em voz alta: “O primeiro-ministro vem hoje?”

Não foram apenas os fãs que se alegraram. Para o comércio local e os vendedores ambulantes, a chegada de Messi foi nada menos que uma sorte inesperada. Os produtos de críquete desapareceram quase instantaneamente, substituídos por um mar de camisetas, lenços, bandeiras e pinturas faciais da Argentina. Delhi sangrou azul e branco. Até mesmo os moradores das estreitas galis ao redor do estádio – geralmente irritados com as multidões que se aglomeravam perto da única tapri que vendia cigarros e água – foram convertidos. Eles se juntaram a nós, ajudando o lojista a extrair todas as rúpias possíveis daquela breve janela dourada antes que a polícia fechasse as coisas. Os preços subiram, a ordem foi imposta com uma vara empunhada como a régua de um professor, e fãs famintos de nicotina fizeram fila obedientemente enquanto todos trabalhavam em coordenação tácita para aproveitar ao máximo a Messi-mania.

Para muitos, porém, não havia necessidade de quaisquer elevações externas. A companhia por si só foi suficiente. Cantos estridentes de “Visca Barca!” e “Campeões, Campeões, Olé Olé Olé!” atravessou a manhã fresca de Delhi, cortando o frio como uma promessa.

Mas à medida que a neblina persistia e as horas se arrastavam, a realidade começou a pesar. A demora corroeu os nervos. O sol apareceu, aquecendo ombros e temperamentos, e a frustração lentamente – mas seguramente – se instalou.

Então, às quatro e meia, quase duas horas depois do previsto, finalmente aconteceu.

Lionel Messi. Luis Suárez. Rodrigo De Paul.

O trio pisou no gramado do Arun Jaitley Stadium pela primeira vez. Uma multidão que ficou congelada por horas explodiu no caos. A caminhada de honra começou – bolas de futebol chutadas casualmente nas arquibancadas, sorrisos trocados – enquanto os fiéis de Delhi se perdiam completamente no momento, impossíveis de se calarem no ar agora frio da noite.

E então veio o que todos tememos: as formalidades. O desfile de dignitários. A inevitável procissão de relações públicas. Rekha Gupta. Jay Shah. Bhaichung Butia. E um punhado de outros cuja única credencial parecia ser a proximidade com o poder. Messi ficou no centro do palco, educado, paciente, distante – e a multidão respondeu em uníssono com vaias que não precisaram de tradução.

No entanto, Deli recebeu a sua própria e inestimável advertência. Leo Messi pegou o microfone.

Dirigindo-se aos fiéis, ele falou suavemente, com simplicidade, para uma multidão atenta a cada palavra, cada gesto, cada passo que ele dava nos terrenos sagrados de Feroz Shah Kotla. Aqui, não importava que Leo falasse espanhol – para os seus fiéis que se reuniram em massa, foi o seu futebol que falou muito mais do que o suficiente nas últimas duas décadas, o que os aproximou do seu ídolo naqueles momentos fugazes. 35 minutos, para ser exato – apenas 35. E nesses momentos, Delhi perdeu-se completamente na essência de La Pulga. Cada segundo foi absorvido, valorizado e guardado como algo sagrado.

E então, com um último aceno de adeus – puf. Ele se foi.

Simples assim, acabou. Talvez seja a última vez que a Índia testemunhará o GOAT pessoalmente, em seu próprio quintal.

Para alguns, foi uma pílula cruel de engolir. Eles permaneceram nas arquibancadas muito depois de as luzes terem diminuído, esperando por um milagre. Esperando por uma última olhada. Para muitos outros, foi uma noite que viveria para sempre – gravada não apenas na memória, mas na alma.

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