O vice-presidente dos EUA, JD Vance, desembarcou ontem em Israel para reforçar um frágil acordo de cessar-fogo em Gaza, depois que o presidente Donald Trump alertou o Hamas que seria exterminado se violasse a trégua.

O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, e o genro Jared Kushner já estavam em Tel Aviv, onde se encontraram com reféns israelenses libertados pelo Hamas após dois anos de cativeiro em Gaza.

“Bem-vindo a Israel, vice-presidente Vance”, postou o Ministério das Relações Exteriores de Israel nas redes sociais, junto com uma foto de Vance e sua esposa saindo do avião.

“Juntas, a Terra Prometida e a Terra dos Livres podem garantir um futuro melhor, incluindo a libertação dos restantes 15 reféns”, acrescentou.

Vance deverá encontrar-se com Witkoff, Kushner e especialistas militares dos EUA que monitorizam a trégua. De acordo com relatos da mídia israelense, ele se reunirá hoje com líderes israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em Jerusalém.

Depois de Israel ter dito que o Hamas matou dois soldados no domingo e ter acusado o grupo de atrasar a entrega dos corpos dos reféns, desencadeou uma onda de ataques no território – dizendo mais tarde que tinha “renovado a aplicação” do cessar-fogo.

Os EUA estão agora a redobrar esforços para consolidar o frágil acordo de Gaza que Trump ajudou a mediar.

“A dinâmica continua indo e voltando”, disse Mairav ​​Zonszein, analista sênior sobre Israel do International Crisis Group (ICG), à AFP.

“Trump está, por um lado, deixando Israel fazer o que quiser e, por outro lado, no final das contas, ele quer que o cessar-fogo se mantenha”, disse ela.

“Netanyahu está a usar as duas abordagens… Ele está a falar sobre a paz e a dar uma oportunidade à paz… E, ao mesmo tempo, está a bombardear Gaza e a tentar condicionar a ajuda novamente”, acrescentou.

Trump diz acreditar que o acordo ainda está em vigor e que os militantes do Hamas entendem o que acontecerá se o violarem. “Eles serão erradicados e eles sabem disso”, disse ele aos repórteres na Casa Branca.

Mais tarde, Trump ameaçou “endireitar” o Hamas com as forças aliadas.

“Eu disse a estes países, e a Israel: ‘AINDA NÃO!’

O Hamas negou qualquer conhecimento da violência mortal ocorrida na manhã de domingo na cidade de Rafah, no sul de Gaza.

Israel respondeu após a morte dos soldados com uma intensa onda de bombardeios, que o Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas disse ter matado 45 palestinos.

O chefe da inteligência egípcia, Hassan Rashad, também esteve ontem em Israel para reforçar a trégua, de acordo com o gabinete de Netanyahu e a mídia estatal egípcia.

O chefe da espionagem também se reunirá com o enviado dos EUA Witkoff, informou o Extra News.

O Catar, aliado dos EUA e também mediador da trégua, acusou Israel do que seu líder chamou de “violação contínua” do cessar-fogo que já dura 11 dias.

O líder do Hamas em Gaza, no Cairo para conversações com o Egipto e o Qatar, emitiu uma declaração expressando confiança de que a trégua se manterá.

“O que ouvimos dos mediadores e do presidente dos EUA tranquiliza-nos de que a guerra israelita na Faixa de Gaza terminou”, disse Khalil al-Hayya.

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