Diz o ministro francês enquanto persistem divergências sobre finanças, cortes de emissões e aumento de temperatura

A ministra do Meio Ambiente da França disse ontem que os governos continuam longe de chegar a um acordo nas negociações climáticas da ONU no Brasil, mas mesmo assim ela estava “mais otimista” do que no dia anterior.

O Brasil, anfitrião da COP30, divulgou um projeto de acordo na terça-feira, na esperança de fazer com que as nações cheguem a um acordo sobre os pontos mais controversos já ontem, dois dias antes do término da conferência em Belém.

“Não, não haverá uma decisão da COP hoje (quarta-feira). Não vejo como isso poderia acontecer”, disse à AFP a ministra francesa da Transição Ecológica, Monique Barbut.

“No entanto, sim, há um pouco de movimento. Mas ainda estamos longe do alvo porque, para nós, deve ser um pacote abrangente”, disse Barbut após uma reunião de coordenação com colegas europeus. Ela acrescentou, no entanto, que estava “mais otimista” do que no dia anterior.

Um novo texto deveria ser publicado ontem.

O Brasil disse na terça-feira que ainda espera chegar a um acordo sobre algumas das questões mais controversas, mas admitiu que ainda existem grandes disparidades entre os países em questões como combustíveis fósseis, relata a Reuters.

O país anfitrião quer um acordo acordado em duas fases: um pacote ontem (quarta-feira), incluindo assuntos como a redução da utilização de combustíveis fósseis e a entrega do financiamento climático prometido que há uma semana foram considerados demasiado espinhosos para sequer serem incluídos na agenda formal, e outro que resolva quaisquer questões pendentes até amanhã.

Confirmando que os negociadores trabalharão até altas horas da noite pelo segundo dia consecutivo, o presidente da COP30, André Correa do Lago, disse ainda esperar que o primeiro acordo seja aprovado ontem (quarta-feira), mas que pode ser “muito tarde”.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, deveria participar ontem da conferência para dar um novo impulso político às negociações. Ele se encontrará com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.

Lula disse que a reunião foi concebida para “fortalecer a governança climática e o multilateralismo”.

Anteriormente, a presidência da COP30, invocando o conceito português brasileiro de “mutirão” – um espírito de esforço coletivo – divulgou um primeiro rascunho de um possível acordo de cúpula intitulado “Mutirão Global: unindo a humanidade em uma mobilização global contra as mudanças climáticas”.

Após um dia de consultas país por país, uma nova versão do texto deverá ser elaborada durante a noite e apresentada ontem (quarta-feira) para posterior feedback.

Os tópicos mais difíceis incluem definir como os países ricos fornecerão financiamento aos países mais pobres para mudarem para energia limpa, e o que deve ser feito relativamente a uma lacuna entre os cortes de emissões prometidos e os necessários para impedir o aumento das temperaturas.

Algumas nações, incluindo o Brasil, também querem um roteiro para ajudar os países a implementar um acordo alcançado na COP28 em 2023 para a transição dos combustíveis fósseis, embora o projecto de acordo apenas listasse isto como uma inclusão opcional.

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