A humanidade está a “pagar um preço terrível” pela inacção no combate ao aquecimento global, com o tempo a esgotar-se para corrigir o rumo e evitar o desastre climático, disse quinta-feira o secretário-geral da ONU, António Guterres.

Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA) afirma que a próxima década é crítica na luta contra as alterações climáticas ou qualquer esperança de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius será perdida.

O ritmo actual da acção climática resultaria num aquecimento catastrófico de 3,1ºC neste século, afirmou o PNUA no seu último relatório sobre a lacuna de emissões.

E mesmo que todos os compromissos existentes para reduzir as emissões fossem promulgados conforme prometido, as temperaturas globais subiriam 2,6ºC acima dos níveis pré-industriais – um cenário ainda devastador para a humanidade.

“Ou os líderes colmatam a lacuna de emissões ou mergulhamos de cabeça no desastre climático, com os mais pobres e mais vulneráveis ​​a sofrerem mais”, disse Guterres.

“Em todo o mundo, as pessoas estão pagando um preço terrível.”

O apelo à ação, poucas semanas antes da cimeira climática COP29 da ONU, segue-se a uma série de condições meteorológicas extremas destrutivas e mortais num ano que se prevê ser o mais quente de que há registo.

Os mais pobres do mundo foram particularmente atingidos, com tufões e ondas de calor na Ásia e nas Caraíbas, inundações em África e secas e incêndios florestais na América Latina.

As últimas projeções do PNUMA ultrapassam em muito os 1,5ºC, o que as nações concordaram em Paris em 2015 ser a aposta mais segura para minimizar as piores consequências de um planeta em aquecimento.

Guterres disse que as economias ricas do G20, em particular, precisariam mostrar muito mais ambição na próxima rodada de compromissos climáticos, conhecidos como NDCs, que deverão ser entregues no início de 2025.

Estes compromissos, que detalham a forma como um país reduzirá as emissões nas suas economias, foram “a nossa melhor última oportunidade para mudar de rumo”, disse David King, do Grupo Consultivo para a Crise Climática.

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