Presidência brasileira mostrando o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (E), posando para uma foto com o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. Foto do arquivo AFP
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Presidência brasileira mostrando o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (E), posando para uma foto com o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto. Foto do arquivo AFP
A Indonésia saudou na terça-feira o anúncio do Brasil de que se tornou membro de pleno direito dos BRICS, um bloco de economias em desenvolvimento cada vez mais visto como um contrapeso ao Ocidente.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse em comunicado na segunda-feira que o país mais populoso do Sudeste Asiático “compartilha com os outros membros a vontade de reformar as instituições de governança global e contribuir positivamente para a cooperação dentro do Sul Global”.
O Brasil, que ocupa a presidência rotativa do grupo em 2025, disse que a candidatura da Indonésia para aderir ao bloco foi aprovada durante uma cimeira em 2023 em Joanesburgo.
A Indonésia, por sua vez, disse que “saúda” o anúncio da sua inclusão.
“Esta conquista mostra o papel cada vez mais activo da Indonésia nas questões globais e o compromisso em reforçar a cooperação multilateral para criar uma estrutura global que seja mais inclusiva e justa”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado na terça-feira.
O BRICS foi criado em 2009 pelos membros fundadores Brasil, Rússia, Índia e China. A África do Sul aderiu no ano seguinte.
O bloco foi ampliado novamente no ano passado, com o Irã, o Egito, a Etiópia e os Emirados Árabes Unidos tornando-se membros plenos.
A Indonésia vê a sua adesão ao BRICS como “um passo estratégico para melhorar as colaborações e a cooperação com outras nações em desenvolvimento, com base no princípio da igualdade, respeito mútuo e desenvolvimento sustentável”, afirma o comunicado de Jacarta.
Expressou também a “gratidão da Indonésia à Rússia”, presidente do BRICS em 2024, “pelo seu apoio e liderança na facilitação da adesão da Indonésia”, bem como ao Brasil.
Durante sua presidência, o Brasil pretende impulsionar a cooperação entre os países do “Sul Global” e reformar as instituições multilaterais.
Um dos objetivos, segundo o governo do presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, é o “desenvolvimento de meios de pagamento” para facilitar o comércio entre os países membros.
Durante a última cimeira dos BRICS em Kazan, na Rússia, em Novembro de 2024, os países membros discutiram o aumento das transacções não-dólares e o fortalecimento das moedas locais.
Isto suscitou a ira do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que ameaçou os membros do grupo com “tarifas de 100 por cento” se eles reduzissem o dólar americano.
A cúpula do BRICS deste ano acontecerá no Rio de Janeiro em julho.