O comércio eletrônico no varejo no Brasil mais que dobrou para 185 bilhões de reais (US$ 34,5 bilhões) em 2023, comparado a 70 bilhões de reais em 2018, enquanto o valor médio do pedido aumentou no mesmo período de 435 reais para 470, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.

Em comparação, as vendas de comércio eletrônico no varejo dos EUA em 2023 foram de US$ 1,14 trilhão, segundo a eMarketer.

No Brasil, perfumaria e cosméticos tiveram o maior número de pedidos online em 2023, seguidos por casa e decoração, saúde e alimentos, e bebidas.

Eletrônicos representaram 31% da receita total do comércio eletrônico em 2023, de acordo com a ECBD, uma empresa de análise baseada no Brasil, seguidos por moda com 27%, hobby e lazer com 14%, e móveis e utensílios domésticos com 11%.

O Mercado Livre detém uma posição dominante no comércio eletrônico na América Latina. Foi o site de varejo mais visitado no Brasil em março, com mais de 216 milhões de visitas, seguido por Amazon, Shopee, OLX e AliExpress. Todos são marketplaces. A Amazon.com nos EUA recebeu 3,15 bilhões de visitas em março.

No primeiro trimestre de 2024, cerca de 16% das vendas totais do varejo no Brasil vieram de canais digitais — aplicativos, sites, e-mail. Isso é comparável aos EUA no mesmo período. Na China, o comércio eletrônico no primeiro trimestre foi 23% das vendas totais do varejo.

Vendedores Internacionais

Um estudo de 2024 encomendado pela Alibaba mostrou que o comércio eletrônico transfronteiriço representava apenas 0,5% das vendas totais de varejo no Brasil, provavelmente devido à dificuldade de fazer negócios no país.

Apesar da demanda do consumidor por telefones, roupas de marca e artigos para bebês, entre outros produtos, é caro e difícil trazer mercadorias para o país.

“Fazer negócios no Brasil exige um conhecimento profundo do ambiente local, incluindo os altos custos diretos e indiretos de fazer negócios”, segundo a Administração de Comércio Internacional dos EUA. Reguladores tentam há anos implementar reformas, mas continuam enfrentando esquemas fiscais complexos, leis trabalhistas restritivas e barreiras de importação complicadas.

Esses obstáculos têm coletivamente restringido o acesso a produtos internacionais, levando muitos brasileiros a fazer compras no exterior.

No ano passado, legisladores brasileiros criaram uma isenção de impostos para compras online de US$ 50 ou menos de vendedores internacionais, mas uma reação dos comerciantes locais pode resultar na sua revogação, substituída por uma taxa de 20%. Compras acima de US$ 50 já estão sujeitas a um imposto de 60%.

A logística no Brasil é uma barreira para o comércio eletrônico, com infraestrutura inadequada no quinto maior país do mundo, grande parte do qual é floresta tropical. Faltam estradas, a manutenção é precária e os portos têm capacidade limitada. O roubo de cargas é um problema.