Especialista observa que o mundo está trabalhando em maneiras caras de capturar e armazenar carbono, enquanto as árvores fazem isso naturalmente e restaurar florestas custa menos do que outras tecnologias. Luciana Costa defende investimentos em reflorestamento, ajudando a preservar o meio ambiente e a combater as mudanças climáticas – uma das prioridades da presidência do G20 do Brasil.

A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa, concedeu uma entrevista exclusiva ao site do G20 Brasil, e comentou sobre os investimentos do banco para ajudar a preservar o meio ambiente e a transição para fontes de energia renovável.

Costa é graduada em Economia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e possui um mestrado em Finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Universidade de Chicago, nos EUA. Antes de ingressar no BNDES, ela trabalhou no mercado financeiro privado por mais de 25 anos.

Atualmente, a matriz energética e a matriz elétrica do Brasil são 88% e 47% renováveis, respectivamente – uma média muito superior às matrizes globais, e o BNDES tem apoiado projetos desde o início. O banco tem financiado a construção de usinas hidrelétricas e a instalação de parques solares e eólicos desde o início dos anos 2000 e, devido a investimentos como esses, o Brasil está à frente do mundo nesse aspecto.

O BNDES financia grandes projetos de mobilidade urbana e logística; é impossível pensar na infraestrutura e energia do Brasil sem ele. A instituição sempre se preocupou em financiar projetos estruturantes e transformadores que não necessariamente geram retornos a curto prazo. Além disso, o mercado de capitais e os bancos comerciais nem sempre estão dispostos a alocar capital por períodos de 25, 30 anos. O banco tem monitorado toda a implementação de infraestrutura no país, realizando estudos antes de lançar financiamento para novos projetos.

Embora as tecnologias que permitem a transição para fontes de energia limpa sejam inegavelmente excelentes, certos desafios precisam ser superados – como a falta de um mercado de carbono e o custo do capital para investir, extremamente alto no país.