Ataques aéreos israelenses mataram pelo menos 43 palestinos na Faixa de Gaza ontem, incluindo 11 pessoas em um acampamento que abrigava famílias deslocadas, disseram médicos.
Disseram que os 11 incluíam mulheres e crianças do distrito de Al-Mawasi, que foi designado como zona humanitária para civis.
O diretor-geral do departamento de polícia de Gaza, Mahmoud Salah, e seu assessor, Hussam Shahwan, foram mortos no ataque, segundo o Ministério do Interior de Gaza, administrado pelo Hamas.
“Ao cometer o crime de assassinar o diretor-geral da polícia na Faixa de Gaza, a ocupação insiste em espalhar o caos no (enclave) e em aprofundar o sofrimento humano dos cidadãos”, acrescentou num comunicado.
Os militares israelenses disseram ter conduzido um ataque baseado em inteligência em Al-Mawasi, a oeste da cidade de Khan Younis, e eliminado Shahwan, chamando-o de chefe das forças de segurança do Hamas no sul de Gaza. Não fez menção à morte de Salah.
Outros ataques aéreos israelitas mataram pelo menos 26 palestinianos, incluindo seis na sede do Ministério do Interior em Khan Younis e outros no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, no campo de Shati (Praia) e no campo de Maghazi, no centro de Gaza.
Os militares de Israel disseram ter como alvo membros do Hamas que, segundo a inteligência, estavam operando em um centro de comando e controle “incorporado no prédio do município de Khan Younis, na Área Humanitária”.
Israel matou pelo menos 45.581 palestinos desde o início da ofensiva em outubro de 2023, segundo autoridades de saúde do enclave. A maior parte dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foi deslocada e grande parte da pequena faixa costeira está em ruínas.
Entretanto, a Autoridade Palestiniana (AP) suspendeu temporariamente as operações da televisão Al Jazeera do Qatar no território, incluindo as suas transmissões, citando a disseminação pela rede de “material incitante”, disse a agência de notícias palestina WAFA.
Os ministros da Cultura, do Interior e das Comunicações tomaram a decisão conjuntamente porque o canal transmitia material que “enganava e provocava conflitos”, disse a WAFA, sem fornecer detalhes sobre o assunto.
A ordem dizia que a decisão era temporária, mas não especificava uma data final.
Ainda ontem, ataques aéreos israelenses mataram pelo menos quatro pessoas na rua Jala, no centro da cidade de Gaza, e duas no distrito de Zeitoun, disseram médicos.
A Jihad Islâmica, aliada menor do Hamas, disse que disparou foguetes contra o kibutz de Holit, no sul de Israel, perto de Gaza, ontem. Os militares israelenses disseram ter interceptado um projétil na área que cruzava o sul de Gaza.