A Turquia denunciou ontem um plano israelita para duplicar a população que vive nas regiões ocupadas e anexou as Colinas de Golã como uma tentativa de “expandir as suas fronteiras”.
“Esta decisão é uma nova etapa no objectivo de Israel de expandir as suas fronteiras através da ocupação”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado condenando a medida.
O governo de Israel aprovou na noite de domingo um plano para duplicar a população das Colinas de Golã anexadas, poucos dias depois de as suas tropas tomarem uma zona tampão monitorizada pela ONU, na fronteira com a Síria, enquanto as forças rebeldes avançavam sobre Damasco.
“Este passo de Israel é uma fonte de grande preocupação, tomado em conjunto com a entrada de Israel na área de separação, em violação do Acordo de Desligamento de 1974, o seu avanço em áreas adjacentes e os ataques aéreos na Síria”, afirmou, alertando que a medida iria “seriamente minar” os esforços para trazer estabilidade à Síria após a derrubada de Bashar al-Assad.
As Colinas de Golã são um planalto montanhoso no extremo sudoeste da Síria, a maior parte do qual foi capturado por Israel durante a Guerra dos Seis Dias de 1967 e posteriormente anexado.
Entretanto, o Kremlin admitiu ontem que o destino das bases militares russas na Síria após a derrubada de Bashar al-Assad ainda não estava claro.
A base naval de Tartus e a base aérea de Hmeimim são os únicos postos militares avançados da Rússia fora da antiga União Soviética e têm sido fundamentais para as actividades do Kremlin em África e no Médio Oriente.
A expulsão de Assad, aliado de longa data de Moscovo, numa ofensiva rebelde de choque colocou o seu futuro em causa.
“Não há decisões finais sobre isso”, disse ontem o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
“Estamos em contacto com representantes das forças que agora controlam a situação no país”, acrescentou.