A economia do Brasil se recuperou nos primeiros meses deste ano, impulsionada pelo forte consumo das famílias que ajudou a promover um crescimento além das expectativas, apesar do impacto dos altos custos de empréstimos.
Dados oficiais publicados na terça-feira mostraram que o produto interno bruto cresceu 0,8% no período de janeiro a março em relação ao trimestre anterior, acima da estimativa mediana de 0,7% de analistas em uma pesquisa da Bloomberg.
Após meio ano de estagnação, a maior economia da América Latina decolou graças em grande parte às transferências governamentais, que aumentaram o poder de compra dos consumidores. O relatório certamente será bem recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, mas enfrentou crescente frustração com os preços dos alimentos e a resposta do governo às devastadoras enchentes no sul do país.
A agricultura cresceu 11,3% no trimestre, embora tenha ficado aquém das colheitas recordes do ano passado que ajudaram a economia a superar as previsões mais pessimistas dos analistas no início de 2023.
Embora a inflação tenha continuado a esfriar durante o período, a política monetária rígida está afetando a economia e faz os analistas se prepararem para um crescimento mais tímido daqui para frente. Além disso, os danos causados pelas enchentes no estado do Rio Grande do Sul, uma potência agrícola, ainda estão sendo calculados enquanto as águas recuam gradualmente.