O Árbitro Assistente de Vídeo causa polêmica todas as semanas na Premier League, mas como as decisões são tomadas e são corretas?
Nesta temporada, daremos uma olhada nos principais incidentes para examinar e explicar o processo tanto em termos do protocolo VAR quanto das Leis do Jogo.
Andy Davies (@andydaviesref) é ex-árbitro do Select Group, com mais de 12 temporadas na lista de elite, atuando na Premier League e no Campeonato. Com vasta experiência no nível de elite, ele atuou no espaço VAR na Premier League e oferece uma visão única dos processos, lógica e protocolos que são entregues em uma jornada da Premier League.
Tottenham Hotspur 1 x 2 Liverpool
Árbitro: John Brooks
NOSSO: Stuart Attwell
Incidente: Possível cartão vermelho
Tempo: 30 minutos
O que aconteceu: Xavi Simons, do Tottenham, atrasou-se com um desafio sobre Virgil van Dijk. A decisão original do árbitro John Brooks foi um cartão amarelo por uma entrada imprudente.
Decisão do VAR: Após revisão do VAR, o árbitro anulou a decisão original do cartão amarelo para Simons e emitiu cartão vermelho por falta grave.
Revisão do VAR: Um processo relativamente simples para o VAR Stuart Attwell recomendar uma revisão em campo ao árbitro, uma vez revisadas as repetições.
As características de um desafio imprudente, originalmente identificado pelo árbitro em campo, não ficaram evidentes nas imagens apresentadas à equipe VAR durante a revisão do incidente. Attwell, teria ficado muito incomodado com a ação de Simons, sentindo o contato nas costas da panturrilha de Van Dijk, com um nível de força e velocidade, colocou em risco a segurança do adversário e atingiu o limiar para um possível cartão vermelho.
Tendo visto o desafio de três ângulos diferentes, em várias velocidades e parado no ponto de contato, Attwell não teve dúvidas de que era necessária uma revisão em campo.
Veredicto: Uma intervenção correta e positiva do VAR nesta situação, com Brooks também correto ao anular a sua decisão original de cartão amarelo uma vez revista.
Alguns comentarão que Simons foi infeliz, sem intenção e destacando que esses tipos de desafios podem parecer piores em câmera lenta. Não discordo, mas a natureza do contato neste desafio, nas costas da panturrilha e com certo nível de força e velocidade, torna este desafio perigoso de qualquer maneira.
Esses tipos de desafios são difíceis de reconhecer como infrações de cartão vermelho em tempo real. Processar o ponto de contato, força e velocidade quando dois jogadores correm na mesma direção representa um desafio para o árbitro, e a decisão original de Brooks sobre o cartão amarelo foi compreensível.
Newcastle United 2 x 2 Chelsea
Árbitro: Andrew Madley
NOSSO: Pedro Bankes
Incidente: Apelação de pênalti para Newcastle United
Tempo: 55 minutos
O que aconteceu: Quando a bola foi jogada para a área do Chelsea, o zagueiro do Chelsea, Trevoh Chalobah, desafiou Anthony Gordon, aparentemente não fazendo contato com a bola e acertando a perna esquerda de Gordon. O árbitro Andrew Madley considerou um desafio justo em tempo real.
Decisão do VAR: A decisão do árbitro de não haver pênalti para o Newcastle foi verificada e confirmada pelo VAR, com o contato de Chalobah sobre Gordon considerado lado a lado em uma ação de proteção e a bola dentro da distância de jogo.
Revisão do VAR: Tal como acontece com todas as chamadas subjetivas, o ponto de partida para o VAR é a decisão em campo e a comunicação ao vivo.
Madley teria visto o contato de Chalobah como um contato normal, descrevendo a bola como ficando fora de jogo. Em sua opinião, Gordon colocou seu corpo em posição de atrair e criar contato com Chalobah; portanto, Gordon estava tentando ganhar um pênalti em vez de uma falta do zagueiro do Chelsea.
Bankes, depois de ver a filmagem, apoiou a decisão em campo de não haver pênalti e considerou a decisão correta.
Veredicto: Esta foi uma falta de Chalobah, e uma revisão em campo e um pênalti deveriam ter sido o resultado.
Tenho alguma simpatia por Madley em campo, pois ele teria dúvidas de que o nível de contato, com a bola saindo do jogo, atingisse o limiar de uma falta em sua posição em campo.
Porém, o processo de revisão do VAR teria destacado que, apesar da direção e do destino da bola perdida, Chalobah cometeu uma falta clara e descuidada sobre Gordon, sem fazer contato com a bola.
É difícil entender por que Bankes não recomendou uma revisão em campo ao árbitro neste evento.
Os árbitros estão sempre relutantes em marcar faltas contra os defensores neste tipo de situação – certamente quando um defensor é julgado que está guiando a bola para fora do jogo e a bola está na distância de jogo. No entanto, esta situação era diferente. Todas as evidências dos replays indicam claramente que se tratou de uma falta descuidada de Chalobah, independentemente de onde a bola estava, e um entendimento de que o defensor não estava com o controle da bola em nenhum momento. Um erro claro foi cometido em campo e um OFR deveria ter sido o resultado.


















