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O lançamento de um míssil balístico intercontinental pela Rússia contra a Ucrânia marcaria uma “escalada clara” do presidente Vladimir Putin, disse a União Europeia na quinta-feira, depois que Kiev acusou Moscou de tal ataque.

A Ucrânia disse que o míssil, sem ogiva nuclear, tinha como alvo a cidade central de Dnipro. O Kremlin não confirmou ter utilizado a arma, mas disse que está fazendo todo o possível para evitar um conflito nuclear.

“Enquanto avaliamos todos os fatos, é óbvio que tal ataque marcaria mais uma escalada clara por parte de Putin”, disse o porta-voz de relações exteriores da UE, Peter Stano, a repórteres.

Kiev disse que vários tipos de mísseis foram lançados contra a cidade industrial, na última escalada desde que a Ucrânia disparou mísseis de longo alcance fornecidos pelo Ocidente contra a Rússia, visando infraestrutura crítica e deixando duas pessoas feridas.

Se confirmado, o uso do míssil balístico intercontinental (ICBM) representaria uma “mudança quantitativa e qualitativa” na guerra, disse Stano.

Os ICBMs podem atingir alvos a milhares de quilómetros de distância e são concebidos para transportar ogivas convencionais e nucleares.

Uma fonte da Força Aérea Ucraniana confirmou que foi a primeira vez que tal arma foi usada desde a invasão russa em fevereiro de 2022, acrescentando que era “óbvio” que o míssil não carregava carga nuclear.

A Rússia atualizou a sua doutrina nuclear esta semana, permitindo-lhe usar armas nucleares contra estados não nucleares, depois de os Estados Unidos terem dado permissão a Kiev para usar o seu ATACMS contra alvos militares dentro da Rússia.

“Eles estão a jogar uma aposta nuclear”, disse Stano, da UE, sobre Moscovo. “Se eles realmente estão falando sério, é muito difícil prever. Não vemos nas suas cabeças. Sabemos apenas que isso é irresponsável e constitui uma ameaça global”.

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