Afirma o escritório de direitos da ONU e condena a violação sistemática do direito humanitário por Israel
O Escritório de Direitos Humanos da ONU disse ontem que quase 70 por cento das mortes verificadas na ofensiva em Gaza foram mulheres e crianças, e condenou o que chamou de violação sistemática dos princípios fundamentais do direito humanitário internacional.
A contagem da ONU cobre os primeiros sete meses do conflito Israel-Hamas na Faixa de Gaza, que começou há mais de um ano.
As 8.119 vítimas verificadas pelo Gabinete de Direitos da ONU nesse período de sete meses são consideravelmente inferiores ao número de cerca de 43.500 vítimas fornecidas pelas autoridades de saúde palestinianas durante os 13 meses completos de conflito.
Mas a discriminação da ONU sobre a idade e o género das vítimas apoia a afirmação palestiniana de que as mulheres e as crianças representam uma grande parte dos mortos na ofensiva.
Esta conclusão indica “uma violação sistemática dos princípios fundamentais do direito humanitário internacional, incluindo a distinção e a proporcionalidade”, afirmou o gabinete de direitos da ONU num comunicado que acompanha o relatório de 32 páginas.
“É essencial que haja o devido acerto de contas no que diz respeito às alegações de violações graves do direito internacional através de órgãos judiciais credíveis e imparciais e que, entretanto, todas as informações e provas relevantes sejam recolhidas e preservadas”, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Direitos Volker Turk disse.
Israel não comentou imediatamente as conclusões do relatório.
Os militares de Israel, que iniciaram a sua ofensiva em 7 de outubro de 2023, dizem que tomam cuidado para evitar ferir civis em Gaza.
Afirmou que aproximadamente um civil foi morto por cada combatente, uma proporção que atribui ao Hamas, afirmando que o grupo palestiniano utiliza instalações civis. O Hamas negou usar civis e infra-estruturas civis, incluindo hospitais, como escudos humanos.
A vítima mais jovem cuja morte foi verificada pelos monitores da ONU era um menino de um dia de idade, e a mais velha era uma mulher de 97 anos, segundo o relatório.
No geral, as crianças representaram 44 por cento das vítimas, com as crianças com idades entre os cinco e os nove anos representando a maior categoria etária, seguidas pelas crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos e, em seguida, aquelas com idades até aos quatro anos, inclusive.
Isto reflecte amplamente a demografia do enclave, que o relatório afirma reflectir uma aparente falha em tomar precauções para evitar perdas civis.
Mostrou que em 88 por cento dos casos, cinco ou mais pessoas foram mortas no mesmo ataque, apontando para o uso de armas pelos militares israelitas com efeito numa vasta área, embora tenha afirmado que algumas mortes podem ter sido o resultado de projécteis errantes disparados de Grupos armados palestinos.

















