Visão geral do Escritório de Pessoas da AFP que leva às ruas para celebrar a decisão da Suprema Corte brasileira de condenar o ex -presidente Jair Bolsonaro no centro do Rio de Janeiro, Brasil, em 12 de setembro de 2025. Foto: AFP
“>
Visão geral do Escritório de Pessoas da AFP que leva às ruas para celebrar a decisão da Suprema Corte brasileira de condenar o ex -presidente Jair Bolsonaro no centro do Rio de Janeiro, Brasil, em 12 de setembro de 2025. Foto: AFP
O ex-presidente do brasileiro Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão por planejar um golpe.
AFP analisa o que vem a seguir para o líder de extrema direita e como sua condenação dramática pode impactar as eleições do próximo ano.
– Bolsonaro irá direto para a prisão? –
O ex-capitão do exército de 70 anos não pode ser preso “até que todas as avenidas legais de apelação tenham se esgotado”, disse Thiago Bottino, professor de direito penal da Fundação Getulio Vargas à AFP.
Uma fonte da Suprema Corte explicou que um resumo da sentença deve primeiro ser aprovado pelo Tribunal – uma formalidade – em 23 de setembro. O Tribunal tem 60 dias para publicar suas deliberações na íntegra.
Somente então o apelo de Bolsonaro, como seus advogados confirmaram que sim.
Ele pode apelar para o mesmo painel da Suprema Corte de cinco juízes que o condenou, citando razões técnicas. Ele também poderia atrair o banco completo por méritos do caso, embora seja considerado improvável que o tribunal aceitasse o recurso.
Bolsonaro, que está em prisão domiciliar desde agosto, também poderia pedir para cumprir sua sentença em casa por razões de saúde.
Ele ainda está sofrendo os efeitos posteriores de uma facada na trilha da campanha em 2018, o que o deixou com graves lesões abdominais.
Em maio, outro ex-presidente, Fernando Collor de Mello, recebeu permissão para cumprir sua sentença de quase nove anos por corrupção em casa, por motivos de problemas de saúde.
– Ele poderia ser elegível para a anistia? –
O filho do legislador de Bolsonaro, Flavio, disse na quinta -feira que os aliados de seu pai tentariam com “toda a sua força” fazer com que o Congresso adotasse um projeto de anistia que salvaria seu pai da prisão.
A lei também se aplicaria a centenas de apoiadores do ex -líder condenados em janeiro de 2023, invadindo prédios do governo e a Suprema Corte em Brasília.
O legislador pró-Bolsonaro, Luciano Zucco, disse à AFP que o projeto de lei poderia ser colocado em votação “na próxima semana”.
Mesmo que fosse passar, o presidente de esquerda, Luiz Inacio Lula da Silva, o alvo da suposta trama de golpe, poderia vetar.
Enquanto isso, pelo menos dois juízes da Suprema Corte já alertaram que os crimes pelos quais Bolsonaro foi condenado o tornam inelegível por anistia.
– Quem liderará o direito em 2026 eleições? –
Mesmo antes de sua condenação, Bolsonaro havia sido banido pelo Tribunal Eleitoral do Brasil de concorrer à reeleição até 2030, sobre suas alegações de fraude não comprovadas contra o sistema de votação do país.
No entanto, ele esperava ter essa decisão anulada a tempo de concorrer a um segundo mandato em outubro de 2026.
Enquanto suas chances de estar na votação parecem magras, seus aliados mais próximos insistem que ele ainda é o candidato deles.
Nos bastidores, no entanto, uma corrida de sucessão está bem em andamento.
O homem mais mencionado como um sucessor em potencial é Tarcisio de Freitas, governador do estado de São Paulo, que atuou como ministro da infraestrutura sob Bolsonaro.
Se o presidente eleito, diz Freitas, seu primeiro ato seria perdoar Bolsonaro.
Mayra Goulart, cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro, alertou que esse tipo de discurso “poderia alienar eleitores mais moderados”.
– O que significa a convicção de Bolsonaro para Lula? –
O apoio de Lula estava definhando perante o presidente dos EUA, Donald Trump, entrou no julgamento de Bolsonaro, impondo tarifas de 50 % a uma série de importações brasileiras como punição pela “caça às bruxas” contra seu aliado.
Pesquisas de opinião agora mostram o líder de 79 anos do Brasil-que se destaca o garante da soberania do país diante de nos intrometermos-com um índice de aprovação de 33 %, um aumento de quatro pontos em um mês.
Na quinta -feira, ele disse à rádio local que ainda não havia decidido se deveria concorrer ao seu quarto mandato como presidente, depois de cumprir dois mandatos de 2003 a 2010.
Mas nos últimos meses ele demonstrou claramente seu apetite por mais quatro anos.