Os líderes do BRICS que se reúnem no Rio de Janeiro, no domingo, devem descrever as tarifas comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump, “Trump”, dizendo que são ilegais e correm o risco de prejudicar a economia global.
As nações emergentes, que representam cerca de metade da população mundial e 40 % da produção econômica global, uniram -se a “preocupações graves” sobre as tarifas de importação dos EUA, de acordo com uma declaração de cúpula obtida pela AFP no sábado.
Desde que chegou ao cargo em janeiro, Trump ameaçou aliados e rivais com uma série de tarefas punitivas.
Sua última salva vem na forma de cartas informando parceiros comerciais de novas taxas tarifárias que em breve entrarão em vigor.
O projeto de Declaração da Cúpula não menciona os Estados Unidos ou seu presidente pelo nome e ainda pode ser alterado por líderes que se reúnem para negociações domingo e segunda -feira.
Mas é um tiro político claro dirigido a Washington de 11 nações emergentes, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
“Exibimos sérias preocupações sobre o surgimento de medidas tarifárias unilaterais e não tarifárias que distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)”, diz o projeto de texto.
Ele alerta que essas medidas “ameaçam reduzir ainda mais o comércio global” e estão “afetando as perspectivas de desenvolvimento econômico global”.
– xi sem show –
Concebido há duas décadas como um fórum para economias em rápido crescimento, o BRICS passou a ser visto como um contrapeso chinês para o poder ocidental.
Mas o soco político da cúpula será esgotado pela ausência de Xi Jinping da China, que está pulando a reunião anual pela primeira vez em seus 12 anos como presidente.
Essa ausência provocou especulações febril em alguns trimestres.
“A explicação mais simples pode ter o poder mais explicativo. Xi recentemente recebeu Lula em Pequim”, disse Ryan Hass, ex -diretor da China do Conselho de Segurança Nacional dos EUA que agora está no think tank da Brookings Institution.
O líder chinês não será o único ausente notável. O presidente russo indiciado pelo crime de guerra, Vladimir Putin, também está optando por ficar longe, mas participará por meio de um link de vídeo, de acordo com o Kremlin.
Hass disse que a não comparência de Putin e o fato de o primeiro-ministro indiano Narendra Modi ser um convidado de honra no Brasil também pode ser fatores na ausência de Xi.
“Xi não quer aparecer no ofício de Modi”, que receberá um almoço estadual, disse ele.
“Espero que a decisão de Xi de delegar a participação no Premier Li (Qiang) repousa em meio a esses fatores”.
Ainda assim, o XI NÃO-Show é um golpe para sediar o presidente Luiz Inacio Lula da Silva, que quer que o Brasil tenha um papel maior no cenário mundial.
No ano até novembro de 2025, o Brasil terá uma cúpula do G20, uma cúpula do BRICS e as negociações climáticas internacionais da COP30, tudo antes de entrar nas eleições presidenciais ferozmente contestadas no próximo ano, nas quais ele deve concorrer.
Lula recebeu calorosamente líderes e dignitários no sábado, incluindo o primeiro-ministro da China, Li Qiang, enquanto o presidente de esquerda sediou um fórum de negócios pré-humitor no Rio.
“Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe aos países emergentes defender o regime comercial multilateral e reformar a arquitetura financeira internacional”, disse Lula ao evento.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, cuja nação ainda está sofrendo de um conflito de 12 dias com Israel, também está pulando a reunião e será representada pelo ministro das Relações Exteriores Abbas Araghchi.
Uma fonte familiarizada com as negociações disse que o Irã havia procurado uma condenação mais difícil de Israel e dos Estados Unidos sobre o recente bombardeio de militares, nucleares e outros sites iranianos.
Mas uma fonte diplomática disse que o texto daria a “mesma mensagem” que o BRICS entregou no mês passado.
Então os aliados do Irã expressaram “grave preocupação” com as greves contra o Irã, mas não mencionou explicitamente Israel ou os Estados Unidos.
A inteligência e a saúde artificiais também estarão na agenda na cúpula.
Membros originais do Bloco Brasil, Rússia, Índia e China foram acompanhados pela África do Sul e, mais recentemente, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Indonésia.