Os líderes do BRICS que se reúnem no Rio de Janeiro de domingo devem descrever as políticas comerciais de Donald Trump, mas estão lutando para preencher as divisões sobre as crises rugindo pelo Oriente Médio.
Nações emergentes representando cerca de metade da população mundial e 40 % da produção econômica global devem se unir ao que eles vêem como tarifas injustas dos EUA, de acordo com fontes familiarizadas com as negociações da cúpula.
Desde que chegou ao cargo em janeiro, Trump ameaçou aliados e rivais com uma série de tarifas punitivas.
Sua mais recente Salvo vem na forma de cartas que devem ser enviadas a partir de sexta -feira, informando os parceiros comerciais de novas taxas de tarifas esperadas na próxima semana, em 9 de julho.
Diplomatas de 11 nações emergentes, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, estão ocupadas redigindo uma declaração condenando a incerteza econômica.
Não se espera que qualquer declaração de cúpula final mencione os Estados Unidos ou seu presidente pelo nome. Mas espera -se que seja um tiro político claro direcionado a Washington.
“Estamos antecipando uma cúpula com um tom cauteloso: será difícil mencionar os Estados Unidos pelo nome na declaração final”, disse Marta Fernandez, diretora do BRICS Policy Center da Pontific Catholic University do Rio.
Este é particularmente o caso da China, que negociou apenas recentemente com os EUA para reduzir as taxas íngremes de tit-for-tat.
“Este não parece ser o momento certo de provocar mais atrito” entre as duas principais economias do mundo, disse Fernandez.- xi no show –
Concebido há duas décadas como um fórum para economias em rápido crescimento, o BRICS passou a ser visto como um contrapeso chinês para o poder ocidental.
Mas o soco político da cúpula será esgotado pela ausência de Xi Jinping da China, que está pulando a reunião anual pela primeira vez em seus 12 anos como presidente.
“Espero que haja especulações sobre as razões para a ausência de Xi”, disse Ryan Hass, ex -diretor da China do Conselho de Segurança Nacional dos EUA que agora está no think tank do Brookings Institution.
“A explicação mais simples pode ter o poder mais explicativo. Xi recentemente recebeu Lula em Pequim”, disse Hass.
O líder chinês não será o único ausente notável. O presidente russo indiciado pelo crime de guerra, Vladimir Putin, também está optando por ficar longe, mas participará por meio de um link de vídeo, de acordo com o Kremlin.
Hass disse que a não comparência de Putin e o fato de o primeiro-ministro da Índia ser um convidado de honra no Brasil também pode ser fatores na ausência de Xi.
“Xi não quer aparecer no ofício de Modi”, que receberá um almoço estadual, disse ele.
“Espero que a decisão de Xi de delegar a participação no Premier Li (Qiang) repousa em meio a esses fatores”.
Ainda assim, o XI NÃO-Show é um golpe para sediar o presidente Luiz Inacio Lula da Silva, que quer que o Brasil tenha um papel maior no cenário mundial.
No ano até novembro de 2025, o Brasil terá uma cúpula do G20, uma cúpula do BRICS e as negociações climáticas internacionais da COP30, tudo antes de entrar nas eleições presidenciais ferozmente contestadas no próximo ano, nas quais ele deve concorrer.
– Caminho do meio –
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, cuja nação ainda está sofrendo de um conflito de 12 dias com Israel também está pulando a reunião.
Uma fonte familiarizada com as negociações disse que os países do BRICS ainda estavam em discordância sobre como responder às guerras em Gaza e entre o Irã e Israel.
Os negociadores iranianos estão pressionando por uma postura coletiva mais difícil que vai além de referenciar a necessidade de criação de um estado palestino e para que as disputas sejam resolvidas pacificamente.
A inteligência e a saúde artificiais também estarão na agenda na cúpula.
Membros originais do Bloco Brasil, Rússia, Índia e China foram acompanhados pela África do Sul e, mais recentemente, pela Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Indonésia.
Os analistas dizem que deu ao agrupamento mais soco internacional em potencial.
Mas também abriu muitas novas linhas de falha.
O Brasil espera que os países possam tomar uma posição comum no cume, inclusive nas questões mais sensíveis.
“O BRICS (países), ao longo de sua história, conseguiu falar com uma voz sobre grandes questões internacionais, e não há razão para que esse não deve ser o caso desta vez sobre o assunto do Oriente Médio”, disse à AFP o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.