Diz órgão de direitos da Europa
A acusação contra o fundador do Wikileaks, Julian Assange, teve “motivações políticas” e teve um efeito “arrepiante” em todo o panorama mediático, afirmou esta quarta-feira o braço parlamentar do órgão pan-europeu de direitos humanos, o Conselho da Europa.
Assange, cujo site publicou milhares de telegramas diplomáticos vazados, conquistou a liberdade em junho, depois de mais de cinco anos atrás das grades em uma prisão britânica, quando se declarou culpado de uma acusação sob a lei de espionagem dos EUA.
Dirigindo-se à Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE) na terça-feira, nos seus primeiros comentários públicos desde a sua libertação, Assange disse que se “declarou culpado de jornalismo”.
A resolução aprovada pelos legisladores do PACE, parlamentares dos 46 estados membros do Conselho da Europa, disse que Assange sofreu “mais de uma década de processos por motivação política pelo seu trabalho jornalístico”.
Alertou que o “tratamento desproporcionalmente severo” de Assange “cria um efeito perigoso e assustador e um clima de autocensura que afecta todos os jornalistas”.
A resolução foi aprovada sob fortes aplausos na Câmara, com 88 votos a favor, 13 contra e 20 abstenções. Assange, acompanhado pela sua esposa Stella e pela editora-chefe do Wikileaks, Kristinn Hrafnsson, saudou a câmara e ergueu o punho em triunfo na galeria pública.
Assange refugiou-se inicialmente na embaixada do Equador em Londres, mas quando foi forçado a sair em Abril de 2019, foi detido na prisão de Belmarsh, em Londres.
Ele foi autorizado a sair em liberdade após uma audiência na ilha de Saipan, no Pacífico dos EUA, em junho.