O Azerbaijão, anfitrião da COP29, disse na terça-feira que promessas voluntárias sobre tudo, do turismo à paz mundial, seriam buscadas na cúpula climática da ONU, já que divergências sobre dinheiro atrapalham a agenda principal.
As nações devem concordar na conferência de novembro sobre quanto deve ser arrecadado para que os países em desenvolvimento lidem com as mudanças climáticas, mas as negociações formais até agora têm sido repletas de desacordos.
Faltando dois meses, o Azerbaijão — que continua otimista apesar do impasse — revelou mais de uma dúzia de iniciativas paralelas que espera que “complementem” as difíceis negociações.
Isso inclui pedir que as nações observem um cessar-fogo durante a cúpula da maratona, que se comprometam a reduzir o metano proveniente de resíduos orgânicos e as emissões da indústria do turismo e que se comprometam a aumentar o armazenamento global de energia, entre outros.
“As sucessivas presidências da COP complementaram seus programas obrigatórios com agendas de ação não negociadas… para alcançar resultados ambiciosos”, escreveu o presidente da COP29, Mukhtar Babayev, às quase 200 nações participantes da cúpula.
O principal deles é um fundo, proposto pelo Azerbaijão, que pretende arrecadar dinheiro para países em desenvolvimento por meio de doações de países e empresas produtoras de combustíveis fósseis.
Espera-se que o Azerbaijão — encurralado entre o Irã e a Rússia e fortemente dependente de combustíveis fósseis — faça a primeira contribuição para o chamado “fundo de ação de financiamento climático”.
O fundo precisa de US$ 1 bilhão e 10 países como acionistas para ser lançado. O Azerbaijão diz que já houve interesse inicial, mas não ofereceu detalhes.
Iniciativas voluntárias nas COPs, como promessas e compromissos não vinculativos, são características dessas cúpulas, mas são diferentes das negociações longas e prolongadas que produzem acordos vinculativos, por consenso, com o apoio da ONU.
A cúpula deste ano em Baku deve decidir o quanto os países em desenvolvimento precisam se adaptar a um planeta em aquecimento e de onde esse dinheiro deve vir.
Essa meta substituirá os US$ 100 bilhões que os países ricos concordaram em pagar em ajuda climática, todos os anos, a partir de 2020.
Esse valor só foi alcançado pela primeira vez em 2022 e há muito tempo é criticado por ser extremamente inadequado.
A preparação para a COP29 tem sido lenta, e faltam apenas dois meses para as deliberações finais e as nações ainda não estão nem perto de concordar sobre qual deve ser o novo valor e quem deve pagá-lo.
A ONU publicou um rascunho de documento no final de agosto definindo sete opções aproximadas para um acordo financeiro, expondo as posições conflitantes entre as nações.


















