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Protestos no Irão: Vídeos que circulam online mostram multidões a entoar slogans como “Os mulás devem deixar o Irão” e “morte à ditadura”.
Os protestos eclodiram em Teerã, Mashhad, Isfahan, Shiraz e outras grandes cidades.
Protestos em grande escala espalharam-se por várias cidades iranianas em meio ao colapso da moeda, à inflação galopante e à raiva política latente. Com o rial iraniano a cair para além dos 42.000 em relação ao dólar americano e a inflação a ultrapassar os 42%, o governo iraniano liderado pelo líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, enfrenta a agitação mais grave desde os protestos nacionais desencadeados pela morte de Mahsa Amini em 2022.
O que está acontecendo no Irã?
Os protestos eclodiram em Teerão, Mashhad, Isfahan, Shiraz e outras grandes cidades, com manifestantes a reunirem-se perto de bazares, complexos comerciais e zonas comerciais centrais. Vídeos que circulam online mostram multidões entoando slogans como “Os mulás devem deixar o Irão” e “morte à ditadura”.
O jornalista iraniano-americano Masih Alinejad compartilhou imagens no X (antigo Twitter) mostrando manifestantes cantando em uníssono, chamando isso de evidência de que “o povo do Irã não quer a República Islâmica”. No centro de Teerã, foram relatados confrontos enquanto as forças de segurança usavam cassetetes e gás lacrimogêneo para dispersar multidões perto de centros governamentais e comerciais.
Por que os protestos estão acontecendo no Irã?
O gatilho imediato é a queda livre económica do Irão. O colapso do rial destruiu o poder de compra e fez disparar os preços dos alimentos, dos medicamentos e dos bens de consumo diário. A inflação manteve-se teimosamente elevada, os salários estagnaram e as dificuldades económicas tornaram-se rotina no país. A mídia estatal iraniana insiste que a agitação é principalmente econômica. A IRNA, administrada pelo governo, reconheceu os protestos, mas enquadrou-os como manifestações limitadas sobre meios de subsistência, especialmente por parte de comerciantes preocupados com a desvalorização do rial.
Qual é o papel de Donald Trump e dos EUA na atual crise iraniana?
A crise económica do Irão não pode ser separada de anos de sanções, especialmente aquelas intensificadas sob o presidente dos EUA, Donald Trump. Depois de retirar os EUA do acordo nuclear de 2015 durante o seu mandato anterior, Donald Trump lançou uma campanha de “pressão máxima” que reduziu drasticamente as receitas petrolíferas do Irão e isolou-o dos sistemas financeiros globais.
Agora de volta ao cargo, Donald Trump redobrou a pressão contra Teerão, ligando as ambições nucleares do Irão e os seus representantes regionais às preocupações de segurança nacional dos EUA. A nova incerteza após o conflito Irão-Israel, as novas sanções internacionais e a retórica linha-dura de Donald Trump abalaram ainda mais a confiança do mercado dentro do Irão, acelerando o colapso do rial.
Os EUA procuram uma mudança de regime no Irão?
Os EUA afirmaram que a sua pressão visa limitar o programa nuclear e a influência regional do Irão, e não planear uma mudança de regime. Embora as autoridades americanas e antigos decisores políticos tenham expressado abertamente o apoio aos manifestantes iranianos e Donald Trump tenha repetidamente enquadrado o regime clerical como ilegítimo e perigoso.
Delhi, India, India
30 de dezembro de 2025, 16h06 IST
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