O ex-ministro do Interior do Nepal, Ramesh Lekhak, prestou ontem depoimento perante um inquérito que investiga a repressão mortal durante a revolta de setembro que derrubou o governo.
Setenta e sete pessoas foram mortas durante a revolta liderada por jovens de 8 e 9 de Setembro, desencadeada por uma breve proibição governamental das redes sociais, aproveitando a frustração pública após anos de estagnação económica e alegações de corrupção política arraigada.
Lekhak, de 62 anos, um importante líder do Partido do Congresso do Nepal, renunciou ao cargo de poder em 8 de setembro, depois de 20 pessoas terem sido mortas em frente ao parlamento na capital Katmandu.
A agitação espalhou-se por todo o país no dia seguinte, quando o parlamento e os escritórios foram incendiados, resultando no colapso do governo. Lekhak insistiu que não ordenou uma repressão e afirmou que disse às forças de segurança para evitarem quaisquer vítimas.
“Nunca dei qualquer orientação para o uso da força durante o protesto”, disse ele aos repórteres, depois de gravar a sua declaração à comissão. “Não existe nenhuma disposição legal que permita ao ministro do Interior exercer tal poder”.
Lekhak continuará a prestar depoimento hoje, disse à AFP o porta-voz da comissão, Bigyan Raj Sharma.
Sharma disse que a proibição de viajar para Lekhak, bem como para o ex-primeiro-ministro KP Sharma Oli – que ainda não compareceu ao inquérito – continua em vigor. Oli acusou a comissão de falta de “base constitucional”.





















