Conversações realizadas entre o ministro das Relações Exteriores, Asaad Hassan Al-Shaibani, o ministro da Defesa, Murhaf Abu Qasra, e o presidente russo.
Os ministros das Relações Exteriores e da Defesa da Síria encontraram-se com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou e mantiveram discussões sobre a expansão da “cooperação estratégica no setor das indústrias militares”, informou a mídia estatal síria.
A Agência de Notícias Árabe Síria (SANA) disse que a reunião de Putin na terça-feira com o Ministro das Relações Exteriores da Síria, Asaad Hassan Al-Shaibani, e o Ministro da Defesa, Murhaf Abu Qasra concentrou-se em questões políticas, econômicas e militares de “interesse mútuo”, mas que “ênfase particular” estava na defesa.
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Segundo a SANA, Putin e os ministros sírios debateu uma série de questões relacionadas com a defesa, incluindo o desenvolvimento da cooperação militar para reforçar as capacidades do exército sírio e a modernização do seu equipamento, transferindo conhecimentos especializados e cooperação em investigação e desenvolvimento.
“Durante a reunião, ambos os lados analisaram formas de promover a parceria militar e técnica de uma forma que fortaleça as capacidades defensivas do Exército Árabe Sírio e acompanhe os desenvolvimentos modernos nas indústrias militares”, informou a SANA.
Os dois lados também discutiram questões políticas e económicas, incluindo a “importância da contínua coordenação política e diplomática entre Damasco e Moscovo em fóruns internacionais”, segundo a agência de notícias.
Na frente económica, as conversações abordaram a expansão da cooperação sírio-russa, nomeadamente em projectos de reconstrução, desenvolvimento de infra-estruturas e investimento na Síria.
Putin também reafirmou o “apoio inabalável” russo à Síria e à sua integridade territorial, ao mesmo tempo que renovou “a condenação de Moscovo às repetidas violações israelitas do território sírio, descrevendo-as como uma ameaça direta à segurança e estabilidade regionais”.
A visita dos ministros a Moscovo é a mais recente das novas autoridades da Síria desde a remoção do poder, em Dezembro passado, do governante de longa data do país e antigo aliado de Moscovo em Damasco, Bashar al-Assad.
A Rússia foi um dos principais apoiantes de al-Assad durante os quase 14 anos de guerra civil na Síria, fornecendo ajuda militar vital que manteve o regime de Assad no poder, incluindo o apoio aéreo russo que provocou ataques aéreos em áreas controladas pelos rebeldes.
Apesar de al-Assad e da sua família fugindo para a Rússia após a derrubada do seu regime, Moscovo está ansioso por construir boas relações com o novo governo em Damasco.
Moscovo, em particular, espera conseguir acordos para continuar a operar a base aérea de Khmeimim e a base naval de Tartous, na costa mediterrânica da Síria, onde as forças russas continuam presentes.
Em Outubro, o novo presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, visitou a Rússia, onde disse que o seu governo “honraria todos os acordos anteriores celebrados entre Damasco e Moscovo, uma promessa que sugeria que as duas bases militares russas estavam seguras no período pós-Assad”.
Putin disse no momento da visita de al-Sharaa que Moscou estava pronta para fazer tudo o que pudesse para agir no que chamou de “muitos começos interessantes e úteis” discutidos pelos dois lados sobre a renovação das relações.
A mídia estatal russa citou na terça-feira a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Maria Zakharova, dizendo que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, também manteria conversações com seu homólogo sírio, Al-Shaibani, durante a visita da delegação síria.
Durante uma visita a Moscovo em Julho, Al-Shaibani disse que o seu país queria Rússia “ao nosso lado”.
“O período atual está repleto de vários desafios e ameaças, mas é também uma oportunidade para construir uma Síria unida e forte. E, claro, estamos interessados em ter a Rússia ao nosso lado neste caminho”, disse Al-Shaibani a Lavrov na altura.



















