O árbitro assistente de vídeo causa polêmica todas as semanas no Primeira Ligamas como as decisões são tomadas e estão corretas?
Nesta temporada, daremos uma olhada nos principais incidentes para examinar e explicar o processo tanto em termos do protocolo VAR quanto das leis do jogo.
Crédito da foto de todas as capturas de tela: NBC
Andy Davies (@andydaviesref) é ex-árbitro do Select Group, com mais de 12 temporadas na lista de elite, atuando na Premier League e no Campeonato. Com vasta experiência no nível de elite, ele atuou no espaço VAR na Premier League e oferece uma visão única dos processos, lógica e protocolos que são entregues em uma jornada da Premier League.
Árbitro: Anthony Taylor
NOSSO: John Brooks
Incidente 1: Possível desafio sério de jogo sujo, Moisés Caicedo enfrentar Mikel Merino.
Tempo: 34 minutos
O que aconteceu: Caicedo se atrasou com um desafio em Merino. Taylor, que inicialmente aproveitou a vantagem porque o Arsenal tinha posse de bola em zona positiva do campo e com oportunidade de atacar, parou o jogo e advertiu Caicedo, pelo que inicialmente considerou uma entrada imprudente tardia.
CARTÃO VERMELHO RETO MOSTRADO PARA MOISES CAICEDO, E CHELSEA ESTÁ COM DEZ HOMENS. 🟥 pic.twitter.com/b6MNOGkE0K
– NBC Sports Soccer (@NBCSportsSoccer) 30 de novembro de 2025
Foi decisão: Brooks, depois de ver a filmagem, sentiu que o desafio de Caicedo sobre Merino atingiu o limite de um jogo sujo grave e colocou em risco a segurança de seu oponente e um cartão vermelho deveria ter sido emitido. Brooks recomendou uma revisão em campo (OFR) para Taylor.
Revisão do VAR: Depois de apenas uma ou duas visualizações, Brooks teria certeza de que uma intervenção era necessária. No entanto, como VAR você é orientado pelo processo e para recomendar um OFR, qualquer justificativa deve ser baseada em evidências, mostrando que ocorreu um erro claro em campo. Verbalizando o desafio, Brooks citou que foi tardio, feito em velocidade, com alto nível de força e com a perna esticada, fazendo contato acima do tornozelo de Merino – foi um desarme ruim.
Depois que Taylor entregou sua decisão em campo de cartão amarelo, adiada enquanto ambos os jogadores recebiam tratamento, Brooks comunicou sua recomendação.
Parecia que todo o estádio sabia o que estava por vir e, tendo visto a filmagem a toda velocidade e de dois ângulos definitivos, Taylor concordou. Ele rescindiu o cartão amarelo que havia concedido originalmente a Caicedo e emitiu o cartão vermelho.

Veredicto: Uma intervenção positiva do VAR e um resultado correto uma vez revisado por Taylor. O desafio foi ruim, colocou em risco a segurança do adversário e Caicedo foi expulso corretamente.
A decisão original em campo de Taylor de apenas advertir foi compreensível, pois esses tipos de desafios podem ser tão difíceis de processar quanto as ofensas de cartão vermelho em tempo real. Taylor estaria muito ciente de que o desafio estava atrasado e teria uma noção da velocidade com que o desafio foi cometido, no entanto, os elementos-chave que tornam este um desafio sério e mal pago – nível de força, ponto de contato e ação da perna esticada – não teriam sido óbvios, dada a dinâmica de ambos os jogadores e uma advertência para um desafio imprudente teria parecido credível.
Incidente 2: Possível desafio sério de jogo sujo, Piero Hincapié concurso com Trevoh Chalobah.
Tempo: 40 minutos
O que aconteceu: Hincapié e Chalobah disputaram uma bola alta e, com ambos focados no voo da bola, Hincapié tocou no rosto de Chalobah, usando o braço esquerdo e deixando o zagueiro do Chelsea no chão, rolando de agonia. Taylor, que teve uma boa visão do incidente, concedeu uma falta ao Chelsea e advertiu Hincapié por uso imprudente do braço.
Decisão do VAR: O VAR analisou o desafio de Hincapié e ficou confortável com a interpretação do incidente feita por Taylor em campo. Ele concordou que foi apenas uma ação imprudente de Hincapié e concluiu a verificação rapidamente.
Revisão do VAR: Esses tipos de desafios podem ser distorcidos quando revisados em câmera lenta, por isso era importante que Brooks visualizasse a toda velocidade antes de analisar com mais detalhes a ação dos jogadores do Arsenal e seu nível de contato.
A comunicação de Taylor em campo teria sido positiva e apresentada com clareza ao descrever o que tinha visto. O árbitro teria verbalizado que Hincapié desafiou com o braço dianteiro, força mínima, sem golpes e com o punho aberto. A descrição clara de Taylor, combinada com as fotos, tornou esta verificação relativamente fácil e clara para Brooks.
Trevoh Chalobah parecia ter ficado com uma contusão depois que Piero Hincapié tocou seu rosto com o cotovelo. Hincapié só recebeu cartão amarelo pela jogada 👀
Isso aconteceu poucos minutos depois do cartão vermelho de Caicedo 😅 pic.twitter.com/VEBBsppfxc
-ESPN FC (@ESPNFC) 30 de novembro de 2025
Veredicto: A decisão correta do árbitro em campo e a advertência por jogo imprudente foram proferidas, com sua habitual forma calma e autoritária. Brooks, no VAR, não teria precisado considerar esta verificação por muito tempo, já que as evidências apoiavam claramente a justificativa para uma advertência em vez de qualquer outra coisa.
Como árbitro ou VAR, quando você procura julgar situações com uso do braço contra um possível cartão vermelho, você procura algumas características-chave na ação que são bandeiras vermelhas e fazem parte das considerações para uma sanção. Um balanço deliberado do braço, um punho cerrado, um braço rígido deliberado e jogadores que desviam os olhos do voo da bola em direção ao adversário são – juntamente com o nível de força e/ou brutalidade – pistas para um ato de falta grave e fazem parte da tomada de decisão e do processo de revisão do VAR.
Este desafio, no entanto, não atendeu a nenhum dos critérios, e Taylor e Brooks alcançaram um resultado sólido.
Árbitro:Rob Jones
NOSSO: Matt Donohue
Incidente: Retomada de pênalti, Jean-Philippe Mateta acidentalmente joga a bola duas vezes durante a cobrança de pênalti.
Tempo: 34 minutos
O que aconteceu: O Crystal Palace recebeu um pênalti quando Leny Yoro cometeu falta em Mateta na grande área do United. Mateta se levantou e cobrou ele mesmo o pênalti, marcando para assumir a liderança. No entanto, o VAR Donohue percebeu corretamente na revisão que Mateta acidentalmente tocou a bola duas vezes ao executar o chute; isso não é permitido por lei.
A primeira tentativa de pênalti de Jean-Philippe Mateta foi considerada um toque duplo, mas ele não teve problemas com o segundo, já que o Crystal Palace liderava o Man United. 🦅 pic.twitter.com/cGyGtPGnIa
– NBC Sports Soccer (@NBCSportsSoccer) 30 de novembro de 2025
Veredicto: Intervenção correta do VAR; esta era uma situação factual e, portanto, não foi necessária qualquer revisão no terreno.
Esta lei foi alterada antes desta temporada, pois foi considerado que um toque duplo acidental não deveria ser punido quando um chute foi bem sucedido. Esse tipo de situação tende a acontecer quando o chutador, em sua corrida, escorrega e involuntariamente joga a bola duas vezes.
Um tiro livre indireto defensivo, entretanto, ainda será concedido se um jogador jogar a bola intencionalmente duas vezes antes de ela ser jogada por outro jogador – ou seja, a bola rebate na trave e o executante joga a bola pela segunda vez.
Árbitro: Chris Kavanagh
NOSSO: James Bell
Incidente: Gol anulado. Os lobos marcaram um gol madrugador de Jørgen Strand Larsen anulado por impedimento.
Tempo: 16 minutos
O que aconteceu: Um gol de abertura do Wolves foi anulado por impedimento pela equipe de arbitragem em campo. Strand Larsen finalizou um belo cruzamento do lado direito, mas o árbitro assistente levantou a bandeira por impedimento. O árbitro Kavanagh e o árbitro assistente Dan Cook determinaram que o atacante do Wolves João Arias estava impactando o goleiro do Aston Villa Emiliano Martíneza capacidade de defender a bola após o chute de Strand Larsen.

Foi decisão: O VAR verificou e confirmou a decisão em campo de que Arias estava em posição de impedimento e impactando a capacidade do goleiro de defender a bola quando Strand Larsen marcou seu gol.
Revisão do VAR: Dadas as circunstâncias desta situação, o ponto de partida do VAR para esta revisão é a decisão em campo e a comunicação em tempo real entre o árbitro e o seu assistente.
Como vimos e aprendemos nas últimas semanas, só se houver um erro claro e óbvio de interpretação neste tipo de situação é que o VAR pode intervir, uma vez tomada uma decisão em campo.
As comunicações em campo foram claras e positivas. Inicialmente, o árbitro assistente Cook confirmou que Arias estava em posição de impedimento, acrescentando que o avançado está muito perto de Martínez, desviando-se do remate de Strand Larsen, podendo impactar o guarda-redes. Kavanagh também teve uma posição muito boa, acrescentando algo à conversa e confirmando as informações que seu assistente lhe forneceu.
A filmagem analisada por Bell correspondeu à descrição em tempo real da equipe em campo, e ele verificou e aprovou a decisão com relativa rapidez.
Veredicto: Resultado correto nesta situação e provavelmente o mais direto dos eventos semelhantes que vimos nas últimas semanas na Premier League.
Arias está claramente em posição de impedimento e impacta absolutamente a capacidade de Martínez de defender a bola. Sua ação de esquiva, semelhante a André Robertsonestá no Cidade de Manchester vs. Liverpool partida, permite que a bola entre no gol, porém, sua proximidade com o goleiro é bem menor e o movimento tem mais impacto na capacidade do adversário de jogar (defender) a bola.
Já passamos por situações desse tipo, cada uma desafiando as equipes de arbitragem individuais com variantes nos mínimos detalhes. Será interessante saber se o PGMO pretende rever e colaborar com os clubes da Premier League nestas situações subjetivas, pois isso, na minha opinião, permitiria um maior entendimento de todas as partes.


















